sábado, 13 de agosto de 2011

Monges Budistas são contratados como gestores de RH na China

Sempre que comento que muitos chineses sonham em vir para o Brasil tentar a vida, alguém reage com surpresa, como se a idéia fosse absurda diante do grandioso crescimento econômico da China. Pois é justamente um dos pilares desse crescimento – o baixíssimo custo da mão-de-obra – que mantém o desejo de migrar em parte da população.

A imprensa mundial tem divulgado, nos últimos dias, mais um caso de suicídio numa fábrica da Foxconn, fabricante de componentes e equipamentos eletrônicos, em Shenzhen. O número de mortes em episódios semelhantes, em meio ano, já chega a sete.

A explicação? As condições extremas de trabalho nas fábricas.

Relato publicado pelo jornal chinês Southern Weekly (em chinês) e divulgado pelo site Gizmodo (em inglês) aponta para um cotidiano extenuante, com jornadas de 10 a 11 horas diárias, das quais até 8 horas de pé, interrompidas apenas brevemente para refeições. Os operários – até 400 mil numa única fábrica! – vivem longe da família e descansam em dormitórios apinhados. O salário inicial é de 900 yuan (US$ 130 ou R$ 240).

A empresa atribui os suicídios (e dezenas de tentativas) a problemas emocionais e familiares e à solidão. Alega que estabeleceu linhas telefônicas para prestar apoio aos funcionários, montou “salas antiestresse” e criou um bônus para quem alertar a gerência sobre colegas com problemas. Até monges budistas foram contratados.

Os suicídios, ressalte-se, não são exclusividade da Foxconn. Há dois anos, a Huawei enfrentou uma onda semelhante, com relatos extra-oficiais de mais de 30 mortes.

Obs.: A Foxconn é fabricante de grande parte dos produtos vendidos por empresas como Apple, HP, Dell…

Vida e morte na Foxconn
maio 20, 2010 por rchia
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