quinta-feira, 14 de março de 2013

Brasil é o melhor dos mundos existentes, diz sociólogo Domenico De Masi

Para o sociólogo italiano Domenico De Masi, `o Brasil não é o melhor dos mundos possíveis, mas é o melhor dos mundos existentes`.


Depois de copiar o modelo europeu por 450 anos e o modelo americano por 50, agora que ambos estão em crise e ainda não há um novo para substituí-lo, chegou a hora de o Brasil propor um modelo para o mundo`, diz De Masi.

De Masi desembarca no país para participar da primeira edição do `Refletir Brasil - Diálogo com a Brasilidade`, em Paraty, de 20 a 22 de março. O evento reunirá intelectuais e lideranças em mesas temáticas sobre cultura, educação, economia, criatividade e sustentabilidade.

Professor da universidade romana de La Sapienza, De Masi, hoje aos 75 anos, se tornou internacionalmente conhecido em 2000, com o lançamento de `O Ócio Criativo`.

Na obra, o autor defende a redução das jornadas de trabalho e a flexibilização do tempo livre, em um contexto mais adequado à globalização e à sociedade pós-industrial.

Desde então, tem se dedicado à análise da organização da cultura de trabalho criativo na vida contemporânea e a estudos comparativos sobre a herança de diferentes modelos de vida no mundo --do indiano, chinês ou japonês, ao muçulmano, judaico, católico ou protestante.

Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha.

BRASIL
O Brasil ainda hoje é menos conhecido e valorizado do que merece. O Brasil é quase tão grande como a China, mas é uma democracia. O Brasil é quase três vezes maior que a Índia, tem quase o mesmo número de etnias e de religiões, mas vive em paz interna e em paz com os países limítrofes. O Brasil é quatro vezes maior que a zona do Euro, mas tem um único governo e fala uma única língua. O Brasil é o país onde há mais católicos, mas onde a população vive da forma mais pagã. O Brasil é o único país no mundo onde a cultura ainda mantém características de solidariedade, sensualidade, alegria e receptividade.

DESAFIOS
A força de um país não está apenas no seu crescimento econômico, mas principalmente na sua capacidade de distribuir igualmente a riqueza, o trabalho, o poder, o saber, as oportunidades e as proteções. Os desafios aqui são o analfabetismo, a violência e a desigualdade. É realizar esta redistribuição mais igualitariamente em comparação a outros países e manter a melhor relação entre economia e felicidade.

ITÁLIA
A Itália, depois de ter durante dois mil anos elaborado, praticado e oferecido um modelo clássico, renascentista, barroco, agora está cansada e não consegue projetar o futuro. A decadência é autodestrutiva. Depois de ter tentado se suicidar com Mussolini, agora a Itália vivencia um suicídio cômico com Berlusconi e Grillo.

EUROPA
Não acredito de modo nenhum que a Europa --e principalmente o pensamento europeu-- tenham perdido importância no cenário intelectual e, muito menos, econômico. A zona do Euro tem uma renda média per capita de US$ 36.600 [o Brasil é de US$ 10.700]. Na Europa há os países escandinavos com os melhores `welfare` [bem-estar social] do mundo; tem Luxemburgo, Suíça e Alemanha, com os maiores PIBs per capita; a Itália e a Alemanha com maior esperança média de vida.

A Europa é o continente mais escolarizado e com melhores pesquisas científicas. A zona do euro está em primeiro lugar no comércio internacional, no rendimento de serviços, nas reservas auríferas e financeiras, tem um quarto de todo o comércio internacional.
Dos dez países no mundo com o índice mais alto de democracia, sete são europeus; daqueles com maior criatividade econômica, cinco são europeus; com o mais alto índice de capacidade tecnológica, oito são europeus; com mais turistas estrangeiros, cinco são europeus; com a maior extensão de banda larga, sete são europeus; com os museus mais frequentados, seis são europeus.
Na Europa cada país tem seu clima, seu modelo de vida, sua cultura. Mas a moeda é única, os cidadãos e as mercadorias podem viajar livremente de um país ao outro. Tudo justifica a hipótese de que em 2020 a Europa dos 27 será o maior bloco econômico do mundo, com a melhor qualidade de vida.

FUTURO
Daqui a dez anos a população mundial será um bilhão maior do que a de hoje. Um cidadão em cada três terá mais de 60 anos. Informática, engenharia genética e nanotecnologias serão os setores tecnológicos mais importantes. Poderemos levar no bolso todas as músicas, os filmes, os livros, a arte e a cultura do mundo. O PIB per capita no mundo será de US$ 15.000 --contra os atuais US$ 8.000.
Tele-aprenderemos, tele-trabalharemos, tele-amaremos e tele-divertiremo-nos. O trabalho ocupará apenas um décimo de toda a vida dos trabalhadores. As mulheres estarão no centro do sistema social. O mundo será mais rico, mas continuará desigual. A estética dos objetos e a cortesia nos serviços interessarão mais do que sua evidente perfeição técnica. A homologação global prevalecerá sobre a identidade local.

EXEMPLOS
Há iniciativas empresariais e governamentais atuais na América Latina que considero exemplares e dialogam com o futuro. Como o projeto Abreu na Venezuela (de educação e formação musical da população), as escolas primárias para crianças pobres em Foz de Iguaçu e a Escola Bolshoi de dança em Joinville.

TEORIA...
Hoje, a força de trabalho é composta apenas por um terço de operários, outro terço de trabalhadores intelectuais em funções executivas (bancário, recepcionista etc.) e um último terço de funcionários com atividades criativas (jornalista, profissional liberal, cientista etc.).
Se o trabalho for repetitivo, cansativo, chato, de subordinação, reduz-se a uma escravidão, a uma tortura, a um castigo bíblico. Nesse caso, a única defesa consiste em trabalhar o menos possível, pelo menor número de anos possível.
Mas se, em vez disso, for uma atividade intelectual e criativa --que corresponde à nossa vocação e ao nosso profissionalismo--, então ocupa toda nossa inteligência e satisfaz nossas necessidades de auto-realização. Nesse caso confunde-se o trabalho com o estudo e com o lazer, transformando o trabalho em ócio criativo.
Na vida pós-industrial, organizada para produzir principalmente ideias, não existe trabalho e não existe horário. Existe apenas ócio criativo, que dura 24 horas, mesmo quando se dorme e se produz ideias sonhando.

...E PRÁTICA
As empresas ainda não se deram conta deste novo momento global. A oferta de trabalho diminui e a procura por trabalho cresce, mas as empresas não reduzem a carga horária. Poderíamos trabalhar todos e pouco, mas alguns trabalham dez horas por dia enquanto seus filhos estão desempregados.
As tecnologias da informação possibilitam o teletrabalho, mas todos continuam a trabalhar nas empresas. A produção de ideias precisa de autonomia e de liberdade, mas as empresas tornam-se cada vez mais burocráticas. As distâncias culturais entre os chefes e os funcionários diminuem, mas as das faixas salariais aumentam. As empresas pregam colaboração, mas estimulam competitividade.

Tradução: CARLA M. C. RENARD
MORRIS KACHANI - Folha de São Paulo - 14/03/2013 - São Paulo, SP

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dicas de franquias baratas e muito lucrativas


É cada vez maior o número de empreendedores que apostam em franquias baratas e lucrativas para iniciar o seu negócio e as opções são inúmeras. De quiasques a lojas existem muitas franquias realmentebaratas no mercado brasileiro com investimento inicial baixo, o que facilita a entrada dos novos empreendedores neste mercado.



Franquias da FOM custam a partir de 120 mil

A FOM começou como um projeto, em 2002. Durante a exposição Gênios do Design, a empresa criou um pufe para a rede Tok&Stok. A produção de pufes, almofadas e travesseiros começou na casa dos fundadores, Betina Lafer e Sidney Rabinovitch.
Hoje, a FOM conta com duas fábricas para abastecer mais de 40 unidades com 180 modelos de produtos. No ano passado, a rede faturou R$ 10 milhões de reais. As franquias são vendidas no formato de loja, com até 35 metros quadrados ou quiosque, com 9.
Investimento inicial: de R$ 120 mil (quiosque) a R$ 300 mil (loja)
Prazo para retorno do capital: de 18 a 30 meses

Nutty Bavarian tem retorno a partir de 6 meses

A Nutty Bavarian é um exemplo de franquia que só atua no modelo quiosque. As operações, que vedem nozes glaceadas, precisam de investimento entre 69 mil e 79 mil reais.
Criados em Orlando, na Flórida, em 1989, hoje são 800 quiosques no mundo, instalados em shoppings centers, aeroportos, pontos turísticos e em eventos. No Brasil, a marca só chegou em 1996.
Investimento inicial: a partir de R$ 69 mil
Prazo para retorno do capital: de 6 a 18 meses

Chilli Beans tem franquias de quiosque e lojas

A rede foi criada em 1997 e vende óculos de sol e outros acessórios, como relógios. Hoje, são 230 pontos de venda comercializando 1,3 milhão de produtos por ano.
A Chilli Beans foi uma das marcas pioneiras em franquias quiosque. O primeiro modelo foi aberto em 2000, em São Paulo.
O valor exigido para a abertura de um quiosque – 78 mil reais – inclui o estoque inicial e o próprio quiosque. A rede tem ainda um modelo intermediário, chamado loja light, que custa a partir de 138 mil reais.
Investimento inicial: a partir de R$ 78 mil
Prazo para retorno do capital: de 11 a 18 meses

Franquia Cone Pizza custa a partir de R$ 59,5 mil

Criada em 2005, pelo empresário italiano Marco Bonatti, a Cone Pizza surgiu em Fortaleza. Vendida para uma empresa franqueadora, a rede tem hoje 72 unidades em 23 estados. São 147 funcionários e um centro de produção instalado em Fortaleza.
Com faturamento de 2,1 milhões de reais por mês, a rede trabalha com modelos de loja e quiosque. Cobra 59,5 mil reais pela franquia quiosque. A loja custa até 120 mil reais.
Ceará, São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Brasília, Santa Catarina, Paraná, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Goiás, Sergipe, Piauí, Paraíba, Pará, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Amapá, Minas Gerais, Manaus e Rondônia já abrigam unidades da Cone Pizza.
Investimento inicial: a partir de R$ 59,5 mil
Prazo para retorno do capital: de 18 a 24 meses

Franquia Bendita Fruta custa a partir de R$ 150 mil

Mais uma marca que apostou no mercado de frozen yogurt, a Bendita Fruta, do Grupo Parmê, foi aberta há menos de dois anos. Hoje são doze unidades no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Distrito Federal.
Mais quatro lojas devem ser abertas em 2010. Brasília e Sorocaba estão na lista de cidades que vão receber unidades. Para 2011, o plano da rede é agressivo: conseguir mais 20 franquias.
São dois modelos de negócios: loja, com 40 m² e faturamento médio de 90 mil reais, e o quiosque, com 9 m² e faturamento de 35 mil reais. A loja pode custar até 250 mil reais.
Investimento inicial: a partir de R$ 150 mil
Prazo para retorno do capital: de 18 a 36 meses

Weeze tem investimento inicial de R$ 85 mil

A empresária Manuella Bossa administra três marcas de cosméticos: a Truss, a K’Dor e a Weeze. Para a última, só produz cosméticos com base 100% vegetal e apostou na expansão por meio de franquias. A marca foi criada em 2004 e virou franqueadora em 2010.
De um laboratório em São José do Rio Preto, saem os produtos que abastecem as 12 unidades da rede, que deve faturar R$ 8 milhões em 2011. Hoje, uma unidade da Weeze fatura, em média, de R$ 18 mil a R$ 65 mil por mês.
Investimento inicial: a partir de R$ 85 mil
Prazo para retorno do capital: de 18 a 48 meses